“Mas aí olho melhor e vejo que não é um passarinho, é um coração, esta sangrando e batendo, mas às vezes parece que ele respira como respiraria essa meu passarinho que na verdade é um ser humano, como se fosse possível um passarinho ter sentimentos humanos, mas ainda ser um passarinho, estar influenciado por esta condição.”
“ora olha para as próprias mãos e são mãos humanas, pequena até, com dedos finos unhas com uma base muito curta”
“Então nesta situação, parei a atenção na respiração dela olhei para baixo pelo ângulo que ela olharia para o próprio corpo e vi seu peito de passarinho verde”
“que medo que ele sente quando anda pela mão de uma ou outra. Esta que vejo segurando agora seria capaz de estraçalhar aquele coração com uma mão só, morderia ele depois, largaria no chão e pisaria em cima, pularia em cima! não iria sobrar nada e faria isso gritando, chegaria a se machucar pela agressividade com que faria isso.”
Minha relação de admiração pelo Chico Buarque, Tim Burton e Machado De Assis, mobiliza muito meu espírito para criar mas às vezes pela forma descontrolada como se manifesta me faz sentir mal, com uma pedra presa na garganta, me imobiliza também, por isso a imagem da gaiola. A idéia de obsessão como uma prisão me levou a esta ultima mesa. Acabei decidindo modelar um coração de cera.
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